Pai de jovem mantida em cárcere pela mãe disse que não via a filha há dois anos e relata temperamento violento da ex
Pai de jovem mantida em cárcere pela mãe disse que não via a filha há dois anos e relata temperamento violento da ex
No
Instituto Médico Legal (IML) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense,
para liberar o corpo da filha, Daiana de Souza Lima, de 19 anos, o
auxiliar de frigorífico Cidinei Oliveira contou, nesta quinta-feira, que
há dois anos era proibido de ver a jovem. Ele seria impedido pela
ex-mulher, que está presa no presídio Bangu 8, na Zona Norte do Rio.
Marlucia Rodrigues de Souza, de 42 anos, é acusada de maus-tratos e
cárcere privado. A vítima, que vivia em estado vegetativo, morreu na
noite desta quarta-feira, após dar entrada no Hospital Moacyr do Carmo,
também em Caxias, com diversas feridas necrosadas pelo corpo, algumas
delas com larvas de insetos.
- A última vez que vi a menina foi
pela porta da rua. Ela parecia estar bem no sofá, se alimentando. Mas a
mãe não me deixou entrar. Desde então, fui proibido de vê-la. Apenas
ligava e ela dizia que a Daiana estava bem - disse Cidinei, de 43 anos.
Muito abalado, ele contou que tinha medo do temperamento violento de Marlucia:
- Ela praticamente me expulsou de casa, em 2005. Acho que por ambição, pois ela queria a casa para ela.
Cidinei
ainda mostrou marcas de três facadas que, segundo ele, foram dadas por
Marlucia: na perna esquerda, no dedo da mão esquerda, e nas costas.
-
Ela chegou a me colocar na parede com a faca no meu pescoço, dizendo
que iria me matar. Não entendo o que passava na cabeça dela - disse o
pai de Daiana, chorando muito.
Segundo Cidinei, Marlucia dizia que
se ele a denunciasse à polícia, iria chamar os "meninos" para matá-lo,
numa referência aos traficantes da Favela do Lixão, em Caxias. A família
foi para a Baixada Fluminense há 10 anos, depois de sair da cidade de
Pancas, no Espírito Santo, para tentar a sorte no Rio.
- Batalhei
muito para construir a casa no Lixão. Chegava tarde do trabalho e ainda
ia trabalhar nas ferragens até a madrugada. Pensei até em arrombar a
porta para ver minha filha, mas em comunidade a gente tem que ter jogo
de cintura - disse Cidinei.
A madrinha de Daiana, a última a vê-la com vida no domingo, também contou que tinha medo de denunciar Marlucia.
- Sabia da situação, mas tinha medo, pois achava que a Marlucia poderia fazer alguma coisa comigo - disse Kelly Cristina.
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